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Mercado de trabalho tem melhora lenta e dificulta orçamento doméstico (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

O designer Marcos Araújo, 47, está sem trabalhar há dois anos, desde que foi demitido de uma indústria têxtil. De lá para cá, já usou todas as suas economias para pagar as contas e hoje deve R$ 5 mil para vários bancos. “Nem bicos consigo direito. Só aparece um trabalho a cada seis meses. É muito pouco”, diz. A situação dele só não é ainda mais difícil porque mora com a mãe e a irmã e, portanto, as contas acabam sendo divididas.

Histórias como a de Marcos se repetiram nos últimos anos diante da forte deterioração do mercado de trabalho. Em junho, 13,3% dos brasileiros queimaram reservas financeiras para bancar as contas do dia a dia, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Embora a parcela de brasileiros que use recursos guardados já tenha sido maior, sobretudo quando a crise econômica estava mais intensa, os últimos meses têm mostrado uma resistência à queda do indicador e até mesmo uma leve piora.

“Havia uma esperança muito forte de que uma melhora do mercado de trabalho poderia resolver a questão do orçamento doméstico. Essa recuperação não veio e parte desses consumidores foi usando a poupança que tinha para pagar as contas”, diz Viviane Seda, economista do Ibre.

 

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FUTEBOL INTERNACIONAL

Após críticas, Neymar faz piada e se diverte em “desafio da falta” com crianças
Astro registra em seu Instagram vídeo em que, ao seu comando, pequenos caem no chão
Por GloboEsporte.com, Santos, SP

19/07/2018 07h33 Atualizado há 3 horas

De férias depois da disputa da segunda Copa do Mundo de sua carreira, Neymar ainda vem sofrendo com as críticas por conta de suas reações ao sofrer faltas no Mundial. E as quedas do jogador, que se tornaram sucesso entre diversos torcedores na Rússia, também se tornou piada para o próprio astro. Neymar mostrou bom humor em postagem em seu Instagram na última quinta-feira, no qual convoca crianças para um “Desafio da falta”.

No vídeo, Neymar aparece ao lado de um grupo de pequenos fãs e dá o comando para que as crianças caiam no chão, dizendo “é falta, é falta”. O camisa 10 gargalha com o momento, postado com uma hashtag “#challengedafalta”.

(Foto: Reprodução/Instagram)
(Foto: Reprodução/Instagram)

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Lula perseguido

A ministra Rosa Weba, do STF, negou pedido do Movimento Brasil Livre para tornar o ex-presidente Lula inelegível a partir de agora. A ministra alegou que o pedido é extemporâneo. Agindo desta forma, o MBL não estaria tornando o Lula mais vítima e mitificado como perseguido e injustiçado? Por desinteligência, ou simples palhaçada do MBL, o tiro saiu pela culatra.

TUDO PASSA

TUDO PASSA

 

Eu te falei, amor, da relatividade;

que a   vida é só um sopro

e  depois é só saudade.

Eu te falei, amor, da tua insensatez;

que o amor tem hora e vez

e você só diz depois.

Eu te falei,  amor, que a vida é tão fugaz;

se hoje eu te quero tanto,

amanhã,  não quero mais.

Não quero mais saber da tua vida,

sei que és mulher fingida,

tem duas caras, tem seu preço,

teu amor é fantasia,

não merece a minha poesia.

Minha bela menina,

na vida tudo passa;

se vem depois dos males, aventura,

vem depois do vinho, a ressaca.

 

 

Razões e sensibilidades

RAZÕES E SENSIBILIDADES

 

A Senhora se aproximou e perguntou ao autor famoso o que o seu filho, que tinha pretensões literárias, deveria fazer para tornar-se um bom escritor. “Diga para ele começar e terminar bem uma estória.” “E no meio, o que ele faz?” Insistiu a Senhora. “Diga para ele pôr talento”.

Eis a alquimia com que Goreth Nogueira tece, como uma moderna Xerazade, driblando e exorcizando seus próprios fantasmas, essas suas estórias em 50 Tons de decisão; a revelação, em nossas letras de uma talentosa escritora a ser lida e observada com olhar criticamente positivo.

Quem lê as crônicas, ou contos, ou prosa poética de Goreth, dependendo do ponto de vista ou sensibilidade do leitor, lembra imediatamente de Cecília Meireles: “Eu canto porque o instante existe/ e a minha vida está completa./ Não sou alegre, nem sou triste: / sou poeta”.

Pois é a partir dessa perspectiva, dos instantes e das fatias da vida, que, aparentemente, são descartáveis, que a autora forja sua narrativa e visão da existência, materializando em literatura o que parecia simploriamente prosaico.

E aí, a Goreth, com sua dicção particular e seu olhar perspicaz do cotidiano, nos remete a outra escritora, prêmio Nobel de Literatura, a canadense Alice Munro, que se imortalizou como contista, fotografando com mestria, em sua obra, o deslizar simples, porém vital do comportamento humano na complexa teia contemporânea de novidades, sufocando a alegria das coisas simples ao alcance de todos nós.

Sempre na primeira pessoa, como se estivesse no divã do analista (ela diz que já fez análise), Goreth deixa sua deliciosa prosa fluir e nos envolver suavemente, nos confundindo, pois não sabemos se o que ela escreve é autobiografia, ou fingimento da vida que ela não viveu, mas gostaria de ter vivido.

Eis, então, a essência das narrativas dessa estreante e promissora cronista em nossas letras: razões e sensibilidades. Razões para, inteligentemente, tecer o seu texto, a partir de sua cultura artística; e sensibilidade para perceber na simplicidade da vida ao nosso redor, de ontem e do agora pulsante, a essência nas intertextualidades das aparências. Lembrando Freud: “Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire à alegria das coisas simples da vida”.

Aliás, em tom confessional, a própria autora revela o fio condutor ou approach do seu processo criativo: “Tudo me influencia, mas nada me inspira mais que minha própria vida; tudo que escrevo tem um pé no real.” E reafirma, no conto Companhia da Criança, sua linda, adeus e obrigada, a dualidade psicológica da qual flui sua necessidade interior de revelar as impressões sobre si mesma e sobre nossa condição humana peculiar no mundo e na vida: “durante longo período travei grande luta entre os desejos do coração e a prudência da razão.”

E assim, entre a sensibilidade e a razão, como quem constrói uma catedral de ideias com palavras e frases, em 50 Tons de Decisão, Goreth Nogueira alinhava uma estória na outra para pintar um painel literário revelador de talento e imaginação. Suas simples, porém, profundas experiências e observações do cotidiano e da realidade contemporânea transfiguradas em crônicas e contos, transformam-se em fina arte literária, um prêmio ao leitor e à nossa literatura.