Flávio Dino marca reunião com presidente nacional do PDT e acena para unidade com Ciro

Governador do Maranhão, Flávio Dino deixou o PcdoB e decidiu se filiar ao PSB. Em entrevista ao GLOBO, disse que tomou a decisão por dois motivos. O primeiro, eleitoral, já que mudanças na legislação dificultaram a vida dos partidos pequenos, que terão menos recursos e exposição na mídia. Entusiasta da candidatura de Lula, Dino diz que a outra motivação é que, estando numa legenda maior, poderá trabalhar mais pela união da esquerda na eleição de 2022. Outro político que recentemente anunciou sua filiação ao PSB foi Marcelo Freixo; ele deixou o PSOL após 16 anos.

O GLOBO: Por que o senhor decidiu se filiar ao PSB?

Flávio Dino: Em primeiro lugar, fatores atinentes à legislação eleitoral. Tivemos regime novo de organização dos partidos que conduz a enxugamento de legendas, sobretudo com a cláusula de barreira e fim das coligações. Considero esse enxugamento irreversível. E pode se dar de vários modos, inclusive com a chamada federação, que ainda depende de votação no Congresso. O outro fator é que, já há algum tempo, defendo que haja união de partidos da esquerda. E acho que minha migração vai nessa direção. Considero que o PSB, neste momento, tem condição de ser polo aglutinador de outros partidos para ser frente política capaz de ajudar a derrotar Bolsonaro. Então, em primeiro lugar, tem o vetor legal; em segundo, o vetor político.

O senhor é próximo de Lula, assim como Freixo, que também vai se filiar ao PSB. Isso indica que o partido, que se distanciou do petista nos últimos anos, está se reaproximando de Lula e estará com ele em 2022? 

O PSB integrou o campo liderado pelo ex-presidente Lula desde 1989. Quando Lula foi candidato a primeira vez, o vice foi indicado pelo PSB, o então senador Bisol. Essa relação vem de longa data. Houve um distanciamento recente, mas acredito que isso já está superado. A minha presença e a do Freixo ajudam na intensificação desse diálogo, porque o ex-presidente Lula é figura imprescindível para o campo da esquerda no Brasil.

Como avalia a frente de alguns partidos de centro que pregam ‘nem Lula nem Bolsonaro’ em 2022? 

Por enquanto, não há esse espaço. Pode ser que surja com a eventual perda de força do Bolsonaro. Só acredito numa alternativa do centro se houver enfraquecimento do Bolsonaro. Se não ocorrer, é difícil romper a chamada polarização. Se a eleição fosse hoje, essa terceira via não teria espaço. Mas, como brasileiro, torço para que essa alternativa se viabilize com partidos mais ao centro.

Acredita que parte do centro caminhará com Lula? 

Minha ida ao PSB tem esse objetivo, de sinalizar abertura bem ampla de diálogo a partir da esquerda. Uma esquerda que defende sua identidade, suas posições, mas não é fechada para alianças mais ao centro. Pretendo ajudar nessa interlocução. Nosso companheiro Marcelo Freixo tem objetivo de liderar frente forte e ampla para derrotar o bolsonarismo no seu berço, o Rio. Esse fortalecimento do PSB tem incidência no debate nacional e em vários estados.

 Seu foco continua sendo o Senado em 2022?

Esse é o plano principal. Outras possibilidades são especuladas.

Ser vice de Lula é uma delas? 

Sempre se fala nisso, mas considero que vice é uma escolha do titular. Não cabe a mim.

O senhor tem ótima relação com Ciro Gomes (PDT). Como avalia as contundentes críticas dele a Lula e ao PT? 

Insisto que o lulismo e o trabalhismo são vertentes imprescindíveis. Então defendo que, mesmo mantidas as diferentes candidaturas, não haja beligerância. Se ficar muito aceso esse tipo de contenda, dificulta união em palanques estaduais. Dificulta também uma aliança no segundo turno, como vimos em 2018. Acho que a postura belicosa atrapalha e espero revisão desse tipo de atitude, sem prejuízo da manutenção de diferentes candidaturas.

O senhor vai pedir que Ciro Gomes modere o discurso? 

Hoje conversei com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Combinamos um encontro para o mês que vem. Em razão dessa ótima relação que tenho com o PDT, espero ajudar na melhor organização do nosso campo para que não percamos foco naquilo que é central. Vou tentar quebrar essa beligerância.

Ciro vai participar dessa reunião no mês que vem? 

Marquei foi com Lupi, mas espero que Ciro participe, sim. (O Globo)

Novos movimentos…

Weverton foi emissário de mensagens do PDT a Lula, o que pode garantir o PT em seu palanque em 2022

Em nome da garantia de ter o ex-presidente Lula de volta ao comando do país, PDT pode sacrificar a candidatura de Ciro Gomes, o que fortalece ainda mais a presença do PT no projeto do senador Weverton Rocha no Maranhão

Da coluna  Estado Maior*, com edição do blog

No início deste mês, o PDT deu demonstração de que tem todo o interesse em se juntar ao projeto de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta ao comando do Brasil. E para isso, poderá até sacrificar o seu possível candidato a presidente da República, Ciro Gomes.

Esta possibilidade foi levada a bancada do PT no Senado, em jantar que teve como convidado o senador maranhense Weverton Rocha (PDT), único não-petista presente ao encontro.

Com a informação, a direção nacional do PT deu aval a membros da legenda no estado a iniciar diálogo com Rocha e o seu PDT.

Ter um nome da dita esquerda fora da disputa e o PDT aliado ao PT, sem dúvida, fortalece o projeto petista; no entanto, esse apoio e o sacrifício de Gomes não será com preço baixo.

Fora o de sempre – espaços num possível governo – acordos para as disputas estaduais estão no pergaminho que está sendo escrito para validar o acordo.

E entre os focos nos estados, claro, está o projeto do porta-voz pedetista na reunião do PT.

Weverton Rocha – com total aval de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT – colocou o apoio a sua possível candidatura ao governo do Maranhão no rol dos apoios que estão sendo costurados pelo ex-presidente Lula e demais petistas.

Nas próximas semanas, por sinal, no Maranhão, petistas começarão a manifestar apoio ao projeto do senador pedetista.

Depois disso, é aguardar a oficialização da direção nacional para a aliança PT/PDT.

Que passará pela disputa do Palácio dos Leões…

*Publicada no jornal O Estado Maranhão, edição do dia 17/06/2021

Othelino Neto diz que pode se filiar ao PSB ou PDT e deixa candidatura ao Senado em aberto

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) admitiu a possibilidade de trocar de legenda.

Em entrevista nesta terça-feira (8), Othelino disse que pode migrar para o PDT ou ainda o PSB, acompanhando o governador Flávio Dino.

Estamos em discussões internas, o governador saindo do partido de fato muda o cenário. Tem a hipótese de eu permanecer no PCdoB, de acompanhar o governador no PSB, parece ser o partido com quem ele tem estabelecido diálogos mais frequentes, e também há a possibilidade de eu me filiar ao PDT, então são hipóteses que eu considero e que no momento oportuno tomarei a decisão”, declarou à TV Mirante.

Em relação ao cargo que disputará em 2022, Othelino afirmou que concorrerá novamente a uma vaga na Assembleia, porém não descartou o Senado, caso Flávio Dino, que é o nome do grupo à Câmara Alta, seja o vice na chapa de Lula à Presidência da República. “O meu apoio ao Senado é para o Flávio Dino, mas se de fato ele for vice do Lula, eu poderei reavaliar”, assinalou.

Presidente do PDT diz que Lula pode enfrentar Ciro no segundo turno

Carlos Lupi afirmou que Jair Bolsonaro está derretendo ao comentar o resultado da pesquisa do Datafolha

O presidente do PDT, Carlos Lupi, comentou o resultado da pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (12).

Como mostramos, Jair Bolsonaro despencou. Lula registra 41% das intenções de voto no primeiro turno enquanto o presidente tem 23%.

Ciro Gomes fica em terceiro lugar com 6%.

À Folha, Lupi disse que Lula pode enfrentar Ciro em um segundo turno.

“Começa a se construir um segundo turno Lula versus Ciro. É algo que venho falando desde dezembro e que começa a ganhar corpo.”

Segundo o presidente do PDT, o ódio a Bolsonaro deve crescer ainda mais.

“Bolsonaro tende a derreter cada vez mais e a representar o espectro mais radicalizado da sociedade, do ódio, da discriminação da direita mais raivosa. Como Moro e Huck não devem ser candidatos, há um grande espaço para o crescimento do Ciro.” O Antagonista.

Lula quer PT com PDT, PCdoB, PSB e MDB no mesmo palanque no MA…

Movimentos do ex-presidente deixam claro que ele pretende em uma aliança de centro-esquerda, que pode reunir o governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney no palanque do senador Weverton Rocha; reação de lideranças petistas e emedebistas maranhenses – com pouca ou nenhuma influência nas instâncias nacionais – tem mais a ver com a tentativa de manter espaços no segundo e terceiro escalões de um eventual governo do vice tucano Carlos Brandão.

Weverton Rocha participou de jantar exclusivo com o ex-presidente Lula e a bancada do PT, movimento que repercutiu diretamente no debate eleitoral de 2022 no Maranhão

A intensa repercussão da movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, reforçou a tese de uma aliança de centro-esquerda que reúna não apenas o PT, mas também o PDT, o PCdoB, o PSB e também o MDB nas eleições de 2022.

E esta aliança indica a possibilidade de um palanque no Maranhão que reúna o atual governador e pré-candidato a senador, Flávio Dino (PCdoB), e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), no palanque do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado.

Interlocutor frequente de Flávio Dino, Lula fez dois gestos na direção da aliança: 

1 – recebeu Weverton Rocha em um jantar com a bancada do PT no Senado e os dirigentes nacionais do partido; 

2 – Foi recebido pelo ex-presidente José Sarney (MDB).

Apesar de não comandar seus partidos, tanto Weverton quanto Sarney têm forte influência na direção nacional dessas legendas, o que pode garantir a aliança.

A reação de algumas lideranças locais do PT e do MDB – com pouca ou nenhuma influência influência nas instâncias nacionais de seus partidos – foi, num primeiro momento, a de minimizar a movimentação de Lula.

Os petistas maranhenses têm indicações no segundo e terceiro escalões do governo Flávio Dino; os emedebistas, a maioria da chamada velha guarda sarneysista, são mais vinculados às ideias do presidente Jair Bolsonaro.

Estas lideranças fazem gestos ao atual vice-governador Carlos Brandão (PSDB) – que deve assumir o comando do estado em abril de 2022 – tentando garantir posições no eventual governo tucano-bolsonarista.

A questão é que os movimentos de Lula rumo ao centro-esquerda visam, exatamente, neutralizar o PSDB como opção de poder a Jair Bolsonaro.

E mostram que o caminho natural do PT é com PDT, PCdoB, PSB e MDB…

Fonte: Marcos D’Eça