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Mercado de trabalho tem melhora lenta e dificulta orçamento doméstico (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

O designer Marcos Araújo, 47, está sem trabalhar há dois anos, desde que foi demitido de uma indústria têxtil. De lá para cá, já usou todas as suas economias para pagar as contas e hoje deve R$ 5 mil para vários bancos. “Nem bicos consigo direito. Só aparece um trabalho a cada seis meses. É muito pouco”, diz. A situação dele só não é ainda mais difícil porque mora com a mãe e a irmã e, portanto, as contas acabam sendo divididas.

Histórias como a de Marcos se repetiram nos últimos anos diante da forte deterioração do mercado de trabalho. Em junho, 13,3% dos brasileiros queimaram reservas financeiras para bancar as contas do dia a dia, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Embora a parcela de brasileiros que use recursos guardados já tenha sido maior, sobretudo quando a crise econômica estava mais intensa, os últimos meses têm mostrado uma resistência à queda do indicador e até mesmo uma leve piora.

“Havia uma esperança muito forte de que uma melhora do mercado de trabalho poderia resolver a questão do orçamento doméstico. Essa recuperação não veio e parte desses consumidores foi usando a poupança que tinha para pagar as contas”, diz Viviane Seda, economista do Ibre.

 

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